Meu nome é Gaby.
Não é diminutivo de Gabriela e escreve assim mesmo, com a letra Y.
Nasci e moro em Belo Horizonte. Mesma cidade onde me formei em Desenho Industrial pela Escola de Belas Artes de Minas Gerais. E onde me descobri como artista plástica e bordadeira.
Um pouco da minha história
Em 1975 conheci a família Pederneiras e junto com outros amigos vivemos histórias que mudariam a vida de cada um de nós. Uma delas foi o nascimento do Grupo Corpo, que pude presenciar de perto, ajudando na montagem do primeiro espetáculo do grupo, o Maria Maria.
Entrei para o grupo com 21 anos, trabalhando como contra-regra, ajudando na produção, montagem e desmontagem de cenários, e principalmente na mudança de figurinos. Foi aqui que me apaixonei pelo design de moda.
Viajamos por quase todo o Brasil, América do Sul e Europa. Até que em 1979, resolvi seguir outro caminho. Montei a Cintura Fina, onde eu desenhava e fabricava sapatos e cintos.
A fábrica cresceu e mudou de nome para Azul Anil em 1982, com fabricação para vários lugares do Brasil. Nessa mesma época, eu também desenhava sapatos para várias outras marcas de estilistas.
Depois dos sapatos, vieram os filhos e me vi tendo que que me reinventar. Foi quando migrei para o design gráfico e montei em 1992, junto com meu marido, o arquiteto Sylvio de Podestá, a AP Cultural: uma editora focada na publicação de livros de arquitetura, na qual publicamos mais de X livros e revistas.
O bordado
A vontade de voltar a desenhar ficou guardada por um tempo, mas sabia eu que um pé quebrado iria me trazer de volta para novos caminhos (a vida e suas artimanhas).
Foi em 2017, quando fui visitar meu filho mais velho em Londres e quebrei meu pé logo no primeiro dia de viagem. Nada de visitar museus e terminar o dia no PUB, ficava em casa esperando meu filho voltar do trabalho.
Para passar o tempo resolvi bordar. O pé melhorou e o bordado nunca mais foi embora. Virou paixão e trouxe minha vontade de criar de volta.
O processo criativo tem etapas e cada tem sua importância. Primeiro, é hora de escolher os tecidos, nada sintético, em geral, prefiro os tecidos de linho.
E como apaixonada e também dona de brechó (papo para outra hora), costumo garimpar em brechós camisas e roupas de linho, que desmancho tingo de forma natural, misturando pigmentos e criando novas tonalidades.